Era uma vez uma guria que decidiu ser jornalista. Na faculdade e principalmente no dia-a-dia aprendeu o ofício. Desenvolveu o dom de escrever, aprendeu técnicas de reportagem e ouviu, muitas e muitas vezes, professores e colegas discorrerem sobre a imparcialidade da mídia. Ingênua, acreditou que a imparcialidade fosse regra para todos. Rá! Doce ilusão.
Sim, era uma vez uma guria - eu - que acreditava que o papel da mídia era reportar. Mostrar. Contar. Dizer. Apontar. Descrever. Sem sentimentos aflorados, sem opiniões manifestas. Doce, doce ilusão.
Não, não foi nessa eleição que me dei conta de que não existe imparcialidade no jornalismo. A ilusão se foi já há algum tempo. Porém, nessa eleição é que me dei conta de que, além de parcial, a mídia pode ser cruelmente mentirosa. Pode usar o seu pretenso poder para incutir o que de mais sórdido possa querer, contra quem quiser, a seu bel prazer. É nojento.
Sim, estou desiludida. Muito desiludida. Amo o que faço, amava ser repórter, amava ser editora. Admiro os bons profissionais, sua luta pela notícia, sua coragem, sua dedicação. Mas em certas horas me envergonho ao ver coleguinhas passarem por cima de suas crenças apenas para honrarem aquilo que seus patrões acreditam. É degradante. Essa campanha tem sido suja, dura, cruel. Que chegue logo o dia 31, please.

Um comentário:

Silvana Isabel disse...

Pat, também me envergonho disso. E muito. Pra mim isso é vender a alma ao diabo...

E quem disse que no Brasil há liberdade de imprensa? Há liberdade de empresa, isso sim...

Beijão!

Sil
esquinadasil.blogspot.com